Por meio de recursos e orientações, técnica auxilia no acesso à educação
Muitas são as dificuldades que distanciam as pessoas com deficiência do acesso à educação e de uma vida de inclusão. É nesta questão que atua a chamada tecnologia assistiva (TA) ou tecnologia adaptativa. O conceito, ainda pouco difundido, abrange todas as ferramentas e orientações desenvolvidas para ampliar as habilidades funcionais, promovendo maior autonomia e participação no processo educacional.
O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), subordinado à Secretaria Especial dos Direitos Humanos, define tecnologia assistiva como uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
Os recursos da TA são equipamentos – por vezes personalizados – utilizados para manter ou melhorar as capacidades funcionais dos indivíduos com deficiência. A esses somam-se os serviços que auxiliam essas pessoas a selecionarem e utilizarem essas soluções, que podem ser desde uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado.
Com a diversidade de demandas, é difícil enumerar os recursos disponíveis hoje no mercado: são brinquedos e roupas adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, impressoras em braile, que contemplam questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e muitos outros.
“O mercado da tecnologia assistiva no Brasil está em pleno crescimento. Existem políticas de incentivo financeiro voltadas a instituições de ensino e pesquisa, e a empresas interessadas no desenvolvimento e comercialização destas ferramentas para acessibilidade. Mas hoje dependemos da importação de diversos recursos e o custo final deste tipo de tecnologia ainda é muito alto para o usuário”, conta Rita Bersch, diretora da Assistiva Tecnologia e Educação.
Mas são as avaliações, experimentações e treinamentos que garantirão um melhor desempenho desses recursos. As mais diversas áreas podem contribuir para esse contexto, como fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, educação, psicologia, enfermagem, medicina, além de engenharia, arquitetura e design. “Temos muito o que fazer no nosso país neste tema da tecnologia assistiva e um dos grandes desafios é a formação de recursos humanos. Aqui incluídos os professores, terapeutas, assistentes sociais e muitos outros”, alerta a especialista.
Rita enfatiza a importância da atuação de uma consultoria especializada, capaz de identificar as demandas específicas de cada indivíduo ou instituição, selecionando equipamentos adequados e treinando profissionais: “Sem um estudo de caso, muitos recursos acabam sendo subutilizados ou até mesmo abandonados, o que representa um desperdício lamentável.”
O objetivo é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, por meio da ampliação da comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de aprendizado e trabalho, além da integração com a família, amigos e sociedade.
Nos ambientes de ensino torna-se importante a figura do professor especializado (profissional que atua em salas de recursos), capaz de identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos acessíveis, permitindo a plena participação dos alunos com deficiência nos desafios educacionais da escola comum. “Programas de formação de professores para o atendimento educacional especializado (AEE) estão acontecendo e são organizados por universidades públicas nas diversas regiões do país”, acrescenta Rita.
Fonte: Globo Universidade
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Passo Firme – 09.10.2012
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