Posts com Tag ‘Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência’

A quantidade de matrículas de pessoas com deficiência na educação superior aumentou 933,6% entre 2000 e 2010. Estudantes com deficiência passaram de 2.173 no começo do período para 20.287 em 2010 – 6.884 na rede pública e 13.403 na particular. O número de instituições de educação superior que atendem alunos com deficiência mais que duplicou no período, ao passar de 1.180 no fim do século passado para 2.378 em 2010. Destas, 1.948 contam com estrutura de acessibilidade para os estudantes.

No orçamento de 2013, o governo federal vai destinar R$ 11 milhões a universidades federais para adequação de espaços físicos e material didático a estudantes com deficiência, por meio do programa Incluir. O valor é quase quatro vezes maior em relação ao investimento deste ano, de R$ 3 milhões.

O Incluir tem como objetivo promover ações para eliminar barreiras físicas, pedagógicas e de comunicação, a fim de assegurar o acesso e a permanência de pessoas com deficiência nas instituições públicas de ensino superior. Até 2011, o programa foi executado por meio de chamadas públicas. Desde 2012, os recursos são repassados diretamente às universidades, por meio dos núcleos de acessibilidade. O valor destinado a cada uma é proporcional ao número de alunos.

Entre 2013 e 2014, o governo vai abrir 27 cursos de letras com habilitação em língua brasileira de sinais (libras) nas universidades federais, uma em cada unidade da Federação. Além disso, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) vai ofertar mais 12 cursos de educação bilíngue (português–libras) a partir do próximo ano.

Para dar suporte de recursos humanos aos novos cursos nas universidades federais, será autorizada a abertura de 229 vagas de professores e 286 de técnicos administrativos. As ações fazem parte do eixo educação do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite, que envolve diversos ministérios para promover a inclusão, autonomia e direitos das pessoas com deficiência.

Fonte: MEC

Leia também:

Pronatec reserva 20 mil vagas para capacitação de pessoas com deficiência
Lançado novo programa para qualificação da pessoa com deficiência

Passo Firme – 03.10.2012
Vote no Blog Passo Firme para o TopBlog 2012!

É das melhores a notícia – infelizmente apresentada com extrema discrição pela mídia – do lançamento pelo governo do programa que visa oferecer aprendizagem, qualificação profissional e preparação para o trabalho aos portadores de deficiência e necessidades especiais recebedores do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Pelo programa lançado nesta 6ª feira (ontem) pelo Ministério do Desenvolvimento Social – via portaria da Ministra Tereza Campello, publicada no Diário Oficial da União – Brasília e os quase seis mil municípios brasileiros identificarão as pessoas com deficiência, que tenham entre 16 e 45 anos, e que sejam recebedoras do benefício.

O programa lançado – chamado BPC Trabalho – irá intermediar a oferta e a demanda de mão de obra para estas pessoas, considerando suas habilidades e interesses e incentivando-os a se inscreverem como autônomos, empreendedores e a se associarem a cooperativas, formas pelas quais terão acesso a microcrédito.

O programa BPC Trabalho será desenvolvido em parceria do Ministério do Desenvolvimento Social, com os ministérios da Educação, Trabalho e Emprego, e com a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da república. O programa integra o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite, lançado em novembro do ano passado.

Os programas de qualificação serão oferecidos pela rede federal de educação profissional e em entidades nacionais de aprendizagem do sistema S, tais como o SENAI, SESI, SESC e SENAC. Os recursos do programa serão do Fundode amparoao Trabalhador (FAT) e do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem). Têm acesso ao BPC, para receber um salário mínimo (R$ 622), pessoas comprovadamente incapacitadas para a vida independente e o trabalho – mediante avaliação do serviço social e de perícia médica do INSS – cuja renda mensal familiar per capita seja inferior a 1/4 de SM (cerca de R$ 155).

Saiba mais aqui sobre o BPC Trabalho

Fonte: Correio do Brasil

Leia também:

Lei das cotas para pessoas com deficiência completa 21 anos
Rede de busca e recolocação de trabalhador deficiente deverá ser criada
Pessoas com deficiência têm desempenho igual ou superior à media, revela estudo

Passo Firme – 07.08.2012
Vote no Blog Passo Firme para o TopBlog 2012!

No último dia 24, a Lei de Cotas (nº 8.213, de 24 de julho de 1991), que determina a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, completou 21 anos e sua aplicação ainda encontra resistência por parte de empresas que não a cumprem, alegando que esta parcela da população não está adequadamente qualificada para ocupar as vagas oferecidas. Diante deste quadro, sindicatos de trabalhadores, organizações não-governamentais (ONGs) e governos estaduais e municipais aliaram-se para criar cursos e oficinas para enfrentar esta barreira.

Na última segunda-feira (23), representantes de todos estes grupos reuniram-se no Páteo do Colégio, no Centro da capital paulista, para comemorar os avanços e reivindicar mais agilidade e transparência por parte das empresas no cumprimento da legislação.

Atualmente, o País tem 45 milhões de portadores de deficiência e apenas o Estado de São Paulo, concentra 9,3 milhões. Os números fazem parte do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. Entretanto, de acordo com a Secretaria de Direitos das Pessoas com Deficiência de São Paulo, existem apenas 306 mil portadores trabalhando formalmente em todo o Brasil, o que equivale a 0,7% do total de postos formais de trabalho. Destes 306 mil, mais de 223 mil foram contratadas pelo mecanismo da Lei de Cotas.

Diante destes números, entidades protestaram e exigiram dos governos municipal, estadual e federal não apenas o cumprimento da lei como também a aplicação de multas para as empresas que não seguem a legislação. As penalidades variam de R$ 1,6 mil a R$ 160 mil para empresas mais de cem funcionários. Elas devem destinar uma porcentagem de 2% a 5% das vagas para pessoas com algum tipo de deficiência física.

Durante o encontro, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, lembrou que “o Estado alcançou a marca de 47,5% das pessoas com deficiência já empregadas”. E a meta do governo, em parceria com prefeituras, ONGs e centrais sindicais é atingir “os 50% até o final deste ano”. Por isso, ele prometeu aperfeiçoar o sistema “Via Rápida”, criado para acelerar a capacitação destes cidadãos. Atualmente, há uma bolsa no valor de R$ 460.

COMÉRCIO E INDÚSTRIA – O Sindicato dos Comerciários de São Paulo criou uma Secretaria de Diversidade que atua no âmbito de seu Departamento Social para incentivar a capacitação e negociar com os empresários do comércio a criação de vagas para portadores de deficiência.

Sem dispor ainda de estatísticas oficiais sobre o total de trabalhadores com deficiência no setor, a diretora Cleonice Caetano enfatizou as ações do sindicato para sensibilizar as empresas e conscientizá-las de que elas não devem realizar contratações apenas para cumprir a legislação.

“Realizamos um café sensorial, no qual os empresários participantes têm os olhos vendados e as mãos atadas para que eles se coloquem na situação dos deficientes”, explicou ela. Além disso, ela treinou uma equipe que realiza ações de sensibilização nas redes varejistas de todos os portes e presta esclarecimentos quanto à legislação e a acessibilidade nos locais de trabalho. Caetano cita como exemplos positivos que já cumprem a lei redes de varejo de material de construção, concessionárias de automóveis e a Drogaria São Paulo.

Nas indústrias farmacêuticas paulistas, há um pacto estabelecido com o governo estadual, ONGs e trabalhadores que fez com que as 60 empresas paulistas alcançassem a média de 90% do cumprimento da cota.

Sergio Luiz Leite, primeiro Secretário Geral da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo, explicou que, anteriormente, os empregadores alegavam que havia falta de qualificação dos 1,9 mil trabalhadores com algum tipo de deficiência física.

Por isso, o sindicato procurou a Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape) para a criação de um programa de qualificação, já implantado com sucesso. “Acho que eventos como o de hoje são importantes para conscientizar toda a sociedade, mas quando não ocorre, os Ministérios Público e do Trabalho devem atuar”, opinou.

Para Marcos Antonio Gonçalves, presidente da Avape, a comemoração dos 21 anos da Lei das Cotas é importante para lembrar a toda a sociedade que uma legislação específica para a inclusão dos deficientes no mercado de trabalho foi criada e deve ser cumprida à risca.

Na opinião dele, “não é válido o argumento da maioria dos empresários de que a falta de qualificação desta parcela dos habitantes é o maior empecilho ao seu cumprimento, pois tanto o governo quanto os sindicatos, como os de alimentação e do comércio de material de construção, além de ONGs especializadas, já cumprem esta lei”.

Fonte: Diário do Comércio

Leia também:

Fininvest é condenada por não contratar pessoas com deficiência
Rede de busca e recolocação de trabalhador deficiente deverá ser criada
Pessoas com deficiência têm desempenho igual ou superior à media, revela estudo

Passo Firme – 29.07.2012
Vote no Blog Passo Firme para o TopBlog 2012!

No último dia 18, foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 12.649/2012, que reduz a zero as alíquotas de PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre 27 produtos voltados a pessoas com deficiência. Entre os produtos isentos estão teclados com adaptações específicas, mouses com acionamento por pressão, digitalizador de imagens – scanners – equipados com sintetizador de voz, lupas eletrônicas, próteses oculares e softwares de leitores de tela que convertem o texto em voz ou em caracteres braille, para utilização de surdos-cegos.

Segundo a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a medida deve representar renúncia fiscal de cerca de R$ 604,84 milhões até 2013. Para o proprietário da empresa Terra Eletrônica, Valdemir Borba, a medida é um avanço, mas não deve representar redução de preço significativa para o usuário final. Segundo o fabricante de lupas eletrônicas e mouses adaptados, o peso do PIS e Cofins sobre esses produtos é de apenas 3,65%. “Num produto de R$ 1 mil, a redução seria de R$ 36, pouco relevante para o consumidor”, exemplifica.

Segundo ele, a redução de PIS e Cofins nunca foi uma prioridade do setor, que reivindica a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “O ICMS em São Paulo representa 18% do preço do produto e o IPI, 15%. Com a desoneração de ambos, a redução de preço pode chegar a 33%”.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas com Deficiência (Abridef), Rodrigo Rosso, acredita que a isenção de ICMS e IPI deve recair sobre as matérias-primas utilizadas para a fabricação dos produtos. “Isso reduziria o custo do produtor, que então repassaria a redução ao consumidor”, diz.

Rosso relata que se reuniu na última sexta-feira com representantes da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, órgão que estuda a desoneração do ICMS já para2013. No entanto, ele se diz descrente quanto ao prazo, uma vez que a medida necessitaria de aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

O setor de produtos e serviços para pessoas com deficiência movimentou R$ 3,5 bilhões em 2011, segundo a Abridef. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no país, o que corresponde a 23,91% da população brasileira.

Fonte: DCI-SP

Passo Firme – 28.05.2012
Curta e compartilhe a página do Blog Passo Firme no Facebook!

A inserção das pessoas com deficiência física no mercado de trabalho e formas de auxiliar as empresas no cumprimento das cotas mínimas de profissionais deficientes foram temas de discussão nesta quarta-feira (2) durante o 26º Fórum de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência, na capital paulista. Durante o evento, que contou com a presença de empresários liderados pela Serasa Experian, representantes de pouco mais de dez empresas participaram de um grupo de trabalho para criar uma rede nacional de busca e de recolocação de profissionais deficientes.

A gerente de Cidadania Corporativa da Serasa, Andrea dos Santos Regina, explicou que a criação da rede nacional tem o objetivo de fomentar uma nova cultura entre empresas de médio e grande porte para que haja o respeito ao portador de deficiência e para que ele seja inserido no mercado de trabalho com dignidade e reconhecimento. “Hoje é a primeira reunião para desenharmos a rede em conjunto. As regras e o modo de agir serão definidos em conjunto e a governança será de todos”, disse Andrea.

A gerente informou que apesar da existência de uma lei federal que garanta o emprego dessas pessoas, a medida ainda não é suficiente. Para ela, ainda há grandes desafios, como a atração da pessoa qualificada com deficiência. “Existe um apagão de talentos em geral e todos sabem disso. Achar uma pessoa qualificada com deficiência não é fácil e reter essa pessoa dentro da empresa é outro desafio. A rede se propõe a discutir como tratar esses desafios e trabalhar para que não sigamos apenas cumprindo a cota, mas (que sigamos) com produtividade para as nossas empresas também”, explicou.

ESTATÍSTICAS – Segundo dados do Ministério do Trabalho de 2009, o número de pessoas com deficiência aumentou 0,7% e a média de cumprimento da Lei das Cotas é 21,4%. Já o número de autos de infração emitidos pelo não cumprimento da lei subiu de 336, em 2005, para 1.167, em 2010, segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho.

A secretária de estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Linamara Rizzo Battistella (foto), disse que se avançou bastante na contratação de pessoas com deficiência. Cerca de 110 mil trabalhadores nessas condições foram contratados formalmente em cumprimento à Lei de Cotas, mas há ainda 30 mil trabalhadores contratados sem vínculo com a política afirmativa. “Temos procurado criar mecanismos. Por um lado, o mercado está convencido da importância de tratar dessa questão da diversidade humana de maneira séria. Por outro lado, o governo tem procurado soluções de capacitação para essas pessoas”, informou Linamara.

A secretária do estado avaliou que a carência de profissionais portadores de deficiência capacitados é um mito. Segundo ela cabe ao sistema de ensino parte da capacitação, mas a empresa também é responsável por fornecer ferramentas ao funcionário para que ele se especialize ainda mais. “Você aprende a executar sua tarefa no desenvolvimento dela. Ninguém te ensina a ser um bom operador de telemarketing. Você aprende a mexer no equipamento, mas o trabalho você aprende na prática”, afirmou.

SUPERAÇÃO – A professora de educação física, Carolina Ignarra (foto), sofreu um acidente em 2001, um ano depois de ter se formado. No período, ela dava aulas de ginástica laboral em uma empresa. Três meses depois do acidente, ela voltou ao trabalho montando as aulas para outros professores aplicarem. “Depois comecei a trabalhar com inclusão e hoje tenho uma consultoria que trabalha com a disseminação de cultura inclusiva para a contratação de pessoas com deficiência”, disse Carolina.

A professora contou que sua volta ao trabalho depois do acidente que a deixou paraplégica foi tranquila, pois a empresa acreditou em sua capacidade antes mesmo de ela perceber seus talentos. “Minha diretora dizia que eu era a mesma pessoa, mas em outra condição. Minha volta foi gradativa, conforme fui ficando independente fui assumindo outros projetos”, disse.  Segundo ela, a condição em que a pessoa está não é o mais importante, mas, sim, a vontade de se qualificar, pois as dificuldades existem para todos e a falta de qualificação está presente em todos os âmbitos.

“A maioria dos brasileiros com ou sem deficiência tem dificuldade de acesso à escola. Acontece que quando a empresa tem que contratar aqueles 5% (deficientes), percebe mais. A maioria das pessoas que tem faculdade não está nas faculdades de ponta. Quando falamos de pessoas com deficiência desqualificadas estamos falando de um Brasil desqualificado. A pessoa com deficiência também tem que correr atrás. É difícil, mas tem muita gente com deficiência que conseguiu”, garantiu.

Com informações: Agência Brasil

Leia também:

Pessoas com deficiência têm desempenho igual ou superior à media, revela estudo

Passo Firme – 03.05.2012
Curta e compartilhe a página do Blog Passo Firme no Facebook!

Um estudo realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) mostrou que 92% das pessoas com deficiência empregadas no setor têm desempenho e produtividade igual ou superior à média dos funcionários, de acordo com seus superiores. Também segundo os gestores, 85% das pessoas com deficiência trabalhando na construção têm um relacionamento interpessoal de bom a ótimo.

O estudo foi apresentado na manhã do último dia 4, em um seminário realizado pelo sindicato para debater a inclusão profissional de pessoas com deficiência neste mercado e a adequação das funções e atividades a cada tipo de deficiência. Ele foi realizado em parceria com o Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP) por meio do seu Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana (Iepac) e foca na viabilidade de inclusão de pessoas com deficiência nos canteiros de obra de forma segura.

O trabalho mapeou as restrições médicas e técnicas que uma pessoa com deficiência (PCD) tem, ou não, para realizar 29 diferentes atividades inerentes a 17 funções dentro do canteiro de obra com base nas apontadas pelo Manual de Saúde, Segurança do Trabalho do Serviço Social da Indústria (Sesi) de São Paulo.

A pesquisa também tomou como base levantamento da Associação Horizontes feito sob encomenda para o SindusCon-SP. Para o estudo, ainda foram feitas visitas a 17 empresas e 18 canteiros de obras e foram entrevistados engenheiros e mestres de obras para entender qual a avaliação deles em relação à possibilidade de realização de cada uma das atividades por cada deficiência.

Com base nas respostas dos grupos consultados e com os apontamentos dos técnicos em saúde e segurança do trabalho, o sindicato criou uma tabela que faz uma recomendação do tipo de atividade que tipo de deficiência tem condições de realizar com segurança.

A recomendação é variável e dividida em três categorias: sem restrição, restrição parcial e restrição total. O sindicato ainda estabeleceu o tipo de restrição, o local das restrições e as adaptações indicadas em cada caso.

De acordo com a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella (foto), que fez a abertura do evento, “o ramo da construção civil representa uma força dentro da cadeia econômica que não pode ser reduzida”. Para ela, o fato do sindicato ter organizado o evento, em busca de soluções para a contratação de pessoas com deficiência, mostra “como a sociedade tem agora um novo papel, uma nova forma de buscar alternativas para o desenvolvimento”.

Fonte: Terra

Apesar disso:

Deficientes ainda lutam contra burocracia

Passo Firme – 10.04.2012
Curta e compartilhe a página do Blog Passo Firme no Facebook!

Plano do Governo, que prevê investimentos na ordem de R$ 7,6 bilhões para pessoas com deficiência, está em curso desde o final de 2011

Priscilla Selares (foto) tinha 18 anos quando sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e perdeu a visão. Na época, estava no segundo período da Faculdade de Direito, na UFF (Universidade Federal Fluminense). Com muita dificuldade, já que a universidade não sabia lidar com pessoas com deficiência, conseguiu se formar depois de cinco anos. Com o diploma debaixo do braço, ouviu sonoros “nãos” de várias empresas, que não queriam contratar uma deficiente visual. Para garantir o ingresso no mercado de trabalho – um princípio constitucional fundamental – Priscilla recorreu ao Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), e acabou sendo contratada pela instituição, onde trabalha como advogada há oito anos, lutando para que as pessoas com deficiência tenham na sociedade o mesmo espaço que os outros cidadãos ditos normais.

“Leis não faltam. O problema é colocá-las em prática ou cumpri-las. A acessibilidade ainda é um problema grave, ruas e transportes não são adaptados. Para andar de ônibus, dependo da ajuda dos outros. A maioria acha que as pessoas com deficiência não saem de casa, por isso não precisam de uma cidade adaptada. Mas nós existimos, temos as mesmas necessidades das outras pessoas, só precisamos de oportunidade para mostrar que somos capazes de fazer muitas coisas”, ressalta.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 apontam que 45,6 milhões de pessoas no Brasil têm algum tipo de deficiência, o que corresponde a 23,91% da população. Destas, 12,7 milhões (6,7% do total) possuem pelo menos um tipo de deficiência severa. É um universo grande demais para ser ignorado, por isso, em novembro de 2011, a presidente Dilma Roussef lançou o plano Viver Sem Limite, favorecendo a inclusão social e produtiva de cerca de mais de 45 milhões de pessoas no país.

“Ao todo, o plano vai investir até R$ 7,6 bilhões em educação, saúde e acessibilidade até 2014. É o maior plano nesse sentido lançado no Brasil, envolve 15 ministérios e muito investimento. Já começamos a monitorar as ações. O primeiro edital da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) na área de produção de tecnologia para deficientes físicos foi lançado em dezembro. As obras para construir os cinco centros tecnológicos para formação, em nível técnico, de treinadores e instrutores de cães-guias já começaram. É claro que não vamos conseguir resolver o problema de todos os deficientes físicos, mas estamos trabalhando para melhorar a condição de vida deles”, diz Antonio José Ferreira (foto), à frente da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ligada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Antonio tem 39 anos de idade e é deficiente visual desde os 6. “Nasci cego de um olho e perdi a visão do outro por erro médico. Entrei na escola aos 12 anos de idade, porque na minha cidade, São José do Egito, interior de Pernambuco, ninguém acreditava que um cego podia estudar. Mas eu consegui e comecei a militar a favor da causa dos deficientes físicos”, conta o secretário.

Entre as medidas, o plano prevê ações como o transporte escolar acessível; a adequação arquitetônica de escolas públicas e instituições federais de ensino superior; a implantação de novas salas de recursos multifuncionais e a atualização das já existentes; e a oferta de até 150 mil vagas para pessoas com deficiência em cursos federais de formação profissional e tecnológica. O eixo Acessibilidade prevê ações conjuntas entre União, estados e municípios. O Programa Minha Casa, Minha Vida 2, por exemplo, terá 100% das unidades projetadas com possibilidade de adaptação, ou seja, 1,2 milhão de moradias que podem ser habitadas por pessoas com deficiência. Cerca de R$ 90 milhões serão destinados a empréstimos (com juros de 4% ao ano) a empresas que queiram dominar tecnologias e criar produtos como próteses ortopédicas, leitores de Braille e cadeiras de rodas com interação com o cérebro da pessoa com deficiência. Para Richard Tavares, assessor jurídico da Federação de APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) do Rio de Janeiro, na prática, as dificuldades para ter acesso aos recursos são grandes.

“Existe muita propaganda. As instituições esbarram em questões políticas, algumas são obrigadas a virar cabos eleitorais. Precisamos desburocratizar o sistema. Uma microempresa está dispensada de pagar a cota patronal, já as instituições filantrópicas são obrigadas a funcionar por três anos até deixar de recolher o imposto”, reclama.

Ferreira assume que os entraves são muitos, mas esclarece que nem sempre o problema é do governo. “Muitas vezes, as instituições não estão com os documentos em dia ou dentro da proposta de educação inclusiva. De qualquer forma, o plano não tem a ver com celebração de convênios com instituições, é um conjunto de medidas governamentais”, ressalta o secretário.

Para Teresa Costa d’Amaral, superintendente do IBDD, existe uma mudança positiva na sociedade, mas o Brasil ainda é muito injusto em relação às pessoas com deficiência. “Lutamos para que elas tenham os mesmos direitos dos outros cidadãos. É importante que isso fique claro, para que as pessoas não achem que estamos pleiteando regalias. O direito de ir e vir é o mais importante. Sem acessibilidade, não há inclusão. E o país ainda tem problemas graves nesse sentido. É fundamental também o direito ao trabalho. Ninguém é cidadão se não pode trabalhar. A lei de cotas para deficientes é mal fiscalizada, o governo faz vista grossa. O plano Viver Sem Limite vai efetivar, na verdade, muitos direitos que já existem. As instituições estão prontas para colaborar, mas realmente é importante que o governo aja. Vamos torcer por isso”.

Conheça alguns direitos das pessoas com deficiência:

  • Benefício previdenciário continuado de  um (01) salário mínimo para o deficiente físico que não tem renda;
  • Isenção de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) na aquisição de automóveis;
  • Empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas, por lei, a preencherem seus quadros com 2% a 5% de pessoas com deficiência;Empresas como APAEs (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais) ficam dispensadas de recolhimento da cota patronal para o INSS;
  • Concursos públicos devem destinar 30% das vagas para deficientes, negros e índios;
  • Atualmente, os pais podem decidir se matriculam os filhos com deficiência em uma escola especial ou comum. Até o ano 2000, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva definia como obrigatória a matrícula nas redes regulares, com atendimento educacional especializado no contraturno.

Fonte: Globo Educação

Leia também:

Como o “Viver sem Limite” vai beneficiar amputados e demais pessoas com mobilidade reduzida

Os desafios do “Viver sem Limites”

Passo Firme – 16.01.2012
Curta a página do Blog Passo Firme no Facebook!