Posts com Tag ‘Power Knee’

Sebastian-4

Após a explosão, o cabo Sebastian Gallegos (foto) despertou para ver o sol de outubro cintilando na água, uma imagem tão adorável que ele achou que estava sonhando. Então algo chamou sua atenção, o arrastando de volta à dura realidade: um braço, boiando perto da superfície, com um elástico preto de cabelo em volta do seu pulso.

O elástico era uma recordação de sua esposa, um amuleto que ele usava em toda patrulha no Afeganistão. Agora, das profundezas de sua bruma mental, ele o observava flutuando como um pedaço de madeira em uma leve correnteza, preso a um braço que não estava mais ligado a ele. Ele foi vítima de uma explosão e estava no fundo de uma vala de irrigação.

Dois anos depois, o cabo se vê ligado a um tipo diferente de membro, um dispositivo robótico com motor eletrônico e sensores capazes de ler sinais de seu cérebro. Ele está no consultório de sua terapeuta ocupacional, levantando e baixando uma esponja enquanto monitora uma tela de computador, que rastreia os sinais nervosos em seu ombro.

Fechar a mão, levantar o cotovelo, ele diz para si mesmo. O braço mecânico levanta, mas a mão como garra abre, soltando a esponja. Tente de novo, instrui a terapeuta. Mesmo resultado. De novo. Engrenagens minúsculas chiam e sua testa enruga com o esforço mental. O cotovelo levanta e desta vez a mão permanece fechada. Ele respira aliviado.

Sebastian-1

COMEÇAR DO ZERO – “Como um bebê, você pode segurar um dedo”, disse o cabo. “Eu tenho que reaprender.” Não é uma tarefa fácil. Dos mais de 1,57 mil militares americanos que tiveram braços, pernas, pés ou mãos amputados por ferimentos no Iraque ou Afeganistão, menos de 280 perderam membros superiores. As dificuldades deles no uso de próteses são em muitos aspectos muito maiores do que para aqueles que perderam membros inferiores.

Entre os ortopedistas, há um ditado: “as pernas podem ser mais fortes, mas braços e mãos são mais inteligentes”. Com um grande número de ossos, juntas e riqueza de movimento, os membros superiores estão entre as ferramentas mais complexas do corpo. Reproduzir suas ações com braços robóticos pode ser extremamente difícil, exigindo que os amputados entendam as contrações distintas dos músculos envolvidos em movimentos que antes faziam sem pensar.

Dobrar o braço, por exemplo, exige pensar na contração de um bíceps, apesar do músculo não existir mais. Mas o pensamento ainda envia um sinal nervoso que pode dizer à prótese para dobrar. Toda ação, de pegar um copo a virar as páginas de um livro, exige algum exercício do cérebro. “Há muita ginástica mental com as próteses de membros superiores”, disse Lisa Smurr Walters, a terapeuta ocupacional que trabalha com Gallegos no Centro para os Intrépidos, do Centro Médico Brooke do Exército, em San Antonio.

A complexidade dos membros superiores, entretanto, é apenas parte do problema. Apesar da tecnologia das próteses de pernas ter avançado rapidamente na última década, as próteses de braços têm sido mais lentas. Muitos amputados ainda usam ganchos movidos pelo corpo. E os braços eletrônicos mais comuns, dos quais a União Soviética foi pioneira nos anos 50, melhoraram com os materiais mais leves e microprocessadores, mas ainda são difíceis de controlar.

Aqueles que perdem membros superiores também precisam lidar com a perda crítica das sensações. O toque – a habilidade de diferenciar uma pele de bebê de uma lixa ou de dosar a força para segurar um martelo ou dar um aperto de mão – deixa de existir. Por todos esses motivos, quase metade daqueles que perdem membros superiores optam não pelo uso de uma prótese, mas por seguir em frente com apenas um braço. Em comparação, quase todos aqueles que perdem membros inferiores usam próteses.

Sebastian-3

CIRURGIA – Mas Gallegos, 23 anos, faz parte de uma pequena vanguarda de militares amputados que está se beneficiando com os novos avanços na tecnologia de membros superiores. Este ano, ele foi submetido a uma cirurgia pioneira conhecida como “Reinervação Muscular Dirigida” (“Targeted Muscle Reinnervation”), que amplifica os sinais nervosos minúsculos que controlam o braço. Na prática, a cirurgia cria “soquetes” adicionais, nos quais os eletrodos da prótese podem ser conectados.

“Um maior número de soquetes lendo sinais mais fortes tornará o controle de sua prótese mais intuitivo”, afirma o Dr. Todd Kuiken, do Instituto de Reabilitação de Chicago, que desenvolveu o procedimento. Em vez de ter que pensar em contrair tanto o tríceps quanto bíceps apenas para fechar a mão em punho, o cabo poderá apenas pensar “fechar a mão” e os nervos apropriados poderão ser ativados automaticamente.

“Nos próximos anos, a nova tecnologia permitirá aos amputados sentir com suas próteses ou usar programas de reconhecimento de padrões para movimentar seus dispositivos mais intuitivamente”, disse Kuiken. E um novo braço em desenvolvimento pelo Pentágono, o DEKA Arm, é muito mais hábil do que o atualmente disponível. Mas para Gallegos, controlar sua prótese de US$ 110 mil (R$ 230 mil) após a cirurgia de reinervação continua sendo um desafio e provavelmente exigirá mais meses de exercícios tediosos. Por esse motivo, apenas os amputados mais motivados – superusuários, como são chamados – são autorizados a receber a cirurgia.

Sebastian-2

O SERVIÇO MILITAR – O Corpo de Fuzileiros Navais (Marine Corps, em inglês) parecia ser o desafio perfeito para Gallegos, que cresceu no Texas, criado na pobreza principalmente por sua mãe divorciada. Ele amava a corporação e a corporação parecia amá-lo. Antes de ser enviado para o campo de batalha em 2010, ele foi nomeado líder de uma equipe de três e enviado para aprender pashtu básico, a língua do maior grupo étnico do Afeganistão.

Em outubro, Gallegos, estava caminhando na segunda posição em uma patrulha pelo distrito de Sangin quando pisou em um canal de irrigação, ouviu uma explosão e apagou. Quando despertou, ele se viu ancorado no fundo por sua armadura e armamento. Ele tentou se soltar com seu braço direito, sem perceber que ele tinha sido virtualmente partido abaixo do ombro.

No helicóptero de evacuação, o cabo vislumbrou seu braço intacto envolto em bandagens, o que lhe deu esperança de que os médicos conseguiriam reimplantá-lo. Essa esperança acabou no Centro Médico Brooke do Exército, onde ele deu início ao longo processo de recuperação. Sua postura, ele reconhece agora, foi negativa, influenciada por outro marine, que raramente usava sua prótese porque a considerava muito desconfortável.

Mas então Gallegos conheceu um amputado da Força Aérea que foi um dos primeiros em Brooke a receber a cirurgia de Reinervação Muscular Dirigida. O aviador o alertou que a reabilitação seria frustrante e dolorosa, mas que a recompensa seria imensa. “Não dava para perceber, a menos que olhasse atentamente para ele, que ele não tinha o braço”, disse Gallegos. “Então pensei: ‘Eu quero ser melhor do que ele’.”

Sebastian-5DIFICULDADES – Primeiro, ele teve que aprender a lidar com a dor do membro fantasma. Uma sensação pulsante como a de ter um torniquete apertado no braço, a dor às vezes é forte o bastante para manter o cabo preso à cama, o que o deixa incapaz de se concentrar ou conversar. “Ele vive com dor constante”, disse Tracie Gallegos, que está cursando enfermagem. “Mas ele não se queixa, porque não quer que as pessoas perguntem: ‘Você está bem?’ Essa pergunta realmente o incomoda.”

Com o passar do tempo, medicação e cirurgias reduziram a dor o suficiente para que ele voltasse a praticar com o braço robótico. Ele descobriu que o dispositivo é um enigma para o cérebro, frustrando seus esforços para fazê-lo obedecer. Mais de uma vez ele ameaçou atirá-lo pela janela.

Para motivá-lo nesses momentos, ele pensava em seus amigos marines. Ele então fez uma manga de silicone em tom de pele para sua prótese, gravada com os nomes de todos os 10 marines da Companhia Lima que morreram em Sangin. Agora, quando ele precisa de estímulo, ele olha para o braço – no local onde antes ele usava o elástico de cabelo de sua esposa– e recita todos os nomes deles como uma oração pessoal.

Quando ele começou a usar seus braços mecânicos por mais tempo a cada dia, seu protesista, Ryan Blanck, decidiu que Gallegos poderia estar pronto para a cirurgia de reInervação dirigida. O procedimento explora a capacidade natural dos músculos de amplificar os sinais nervosos. Ao redirecionar os nervos para os músculos saudáveis e redesenhar o tecido para deixá-los mais próximos dos sensores na prótese, o procedimento fortalece os sinais do cérebro e, consequentemente, a capacidade deles de controlar a máquina.

Ao usar o mesmo tipo de prótese que usava antes, Gallegos notou a diferença quase que imediatamente. Ele não mais precisava pensar tanto em contrair vários músculos: quando ele queria que o braço se movesse, ele se movia, mais rápido e com maior fluidez.

Mas isso não significava que ele se movia como ele queria. Ele ainda tem problemas com “linha cruzada”, quando certos nervos falam mais alto que outros. Se um nervo do pulso domina, por exemplo, um paciente pode ter que pensar em virar o pulso para poder fechar a mão. Mas com o uso repetido, os nervos passam a se entender e a necessidade de artifícios desaparece, disse Kuiken.

Apesar de todos seus ganhos com a prótese, Gallegos não superou o embaraço que sente quando usa seu braço robótico em público. Certa vez a mão se soltou em um restaurante lotado, assustando uma criança próxima. No escuro do cinema, os sons como do Exterminador do Futuro de seu braço provocam sussurros surpresos. E até hoje ele não veste camisas de manga curta em restaurantes. “Mesmo que esteja calor, eu visto uma jaqueta para evitar que olhem”, ele disse.

“Ainda há muita coisa complicada”, ele disse. “Eu ainda estou descobrindo dia a dia qual será o meu normal.” Por esse motivo, ele não faz maiores planos para o futuro, como fazia antes. Mantenha tudo simples, ele diz para si mesmo: saia da Corporação dos Marines. Vá para a faculdade. Aprenda a amarrar o sapato com uma mão robótica. E talvez, apenas talvez, se torne um atleta paraolímpico.

Veja o vídeo:

Fonte: UOL Notícias / Por The New York Times

Leia também:

Como uma pessoa consegue controlar uma prótese com o pensamento?
Soldado ganha braço biônico controlado pela mente
Pé biônico simula movimentos humanos de maneira realista

Passo Firme – 30.11.2012
Curta e compartilhe a página do Passo Firme no Facebook!

TRM-6

Recentemente, o Instituto de Reabilitação de Chicago (RIC) apresentou o caso do engenheiro de software Zac Vawter (foto), de 31 anos, o primeiro americano amputado de perna que conseguiu subir 103 andares de um dos maiores arranha-céus do mundo, o Willis Tower, antiga Sears Tower, em Chicago, com o uso de uma prótese biônica controlada pelo cérebro. Zac perdeu uma das pernas num acidente de moto em 2009.

Antes disso, o mesmo instituto americano havia apresentado Claudia Mitchell (foto), a primeira mulher a receber a tecnologia do “braço biônico”. Ela teve o braço esquerdo amputado até o ombro depois de um acidente de moto e agora consegue segurar um puxador de gaveta com sua mão artificial por meio do pensamento “segurar o puxador de gaveta”.

First "Bionic Woman" Demonstrates Thought-Controlled Prostheses

O fato de uma pessoa conseguir controlar com êxito vários e complexos movimentos de um membro postiço com seus pensamentos abre um mundo de possibilidades para os amputados. A estrutura, tanto cirúrgica quanto tecnológica, que torna esse feito possível é quase tão incrível quanto os resultados do procedimento.

Tanto Claudia Mitchell quanto Zac Vawter são exemplos de pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico chamado “Targeted Muscle Reinnervation” nos EUA (Reinervação Muscular Dirigida ou Orientada), que redireciona os sinais do cérebro dos nervos cortados durante a amputação para músculos intactos, permitindo ao paciente controlar sua prótese intuitivamente.

TRM-2

A TÉCNICA – A tecnologia do “braço biônico” é possível basicamente por causa de dois fatos da amputação. Em primeiro lugar, o córtex motor no cérebro (a área que controla movimentos voluntários dos músculos) ainda envia sinais de controle mesmo que certos músculos voluntários não estejam mais presentes para serem controlados. Em segundo lugar, quando os médicos amputam um membro, eles não removem todos os nervos que antes transmitiam sinais para esse membro.

Então, se o braço da pessoa foi amputado, existem nervos que terminam no ombro e simplesmente não têm mais lugar para enviar suas informações. Se essas terminações nervosas puderem ser redirecionadas para um grupo muscular que funcione, a pessoa pensa “segurar a maçaneta com a mão” e o cérebro envia os sinais correspondentes para os nervos que deveriam se comunicar com a mão, e esses sinais acabam no grupo muscular que funciona em vez de irem para as terminações do ombro.

TRM-7Redirecionar esses nervos não é uma tarefa simples. O Dr. Todd Kuiken (foto), do Instituto de Reabilitação de Chicago, é o criador da técnica denominada Targeted Muscle Reinnervation (TMR), ou Reinervação Muscular Dirigida. Os cirurgiões basicamente operam o ombro para ter acesso às terminações nervosas que controlam os movimentos das articulações do braço, como cotovelo, pulso e mão. Em seguida, sem danificar os nervos, eles redirecionam as terminações para um grupo muscular que funciona.

No caso do “braço biônico” do Instituto, os cirurgiões ligaram as terminações nervosas a um grupo de músculos peitorais. São necessários vários meses para que os nervos se juntem a esses músculos e se tornem totalmente integrados. O resultado final é um redirecionamento dos sinais de controle: o córtex motor envia sinais para o braço e mão através de ligações nervosas, como sempre fez, mas em vez de esses sinais acabarem no ombro, eles acabam no peito.

Para usar esses sinais no controle do braço biônico, a parafernália do Instituto coloca eletrodos na superfície dos músculos peitorais. Cada eletrodo controla um dos seis motores que movimentam as articulações do braço postiço. Quando a pessoa pensa “abrir a mão,” o cérebro envia o sinal de “abrir a mão” para o nervo apropriado, agora localizado no peito.

Quando as terminações nervosas recebem o sinal, o músculo peitoral em que estão ligadas se contrai. Quando o músculo peitoral responsável por “abrir a mão” se contrai, o eletrodo nesse músculo detecta a ativação e faz com que o motor que controla a mão biônica se abra. E como cada terminação nervosa está integrada a partes diferentes do músculo peitoral, uma pessoa com um braço biônico pode mover os seis motores ao mesmo tempo, o que resulta em uma série de movimentos bastante naturais para a prótese.

Fonte: Como Tudo Funciona / HowStuffWorks Brasil

Leia também:

Homem-máquina – até que ponto a tecnologia deve ser usada para melhorar a condição humana?
“Reinervação Muscular Dirigida” – será este o futuro que a tecnologia biônica reserva para milhões de amputados em todo o mundo?

Passo Firme – 27.11.2012
Curta e compartilhe a página do Passo Firme no Facebook!

O caso do Zac Vawter (foto) reascende um debate que começa a ganhar mais força com o avanço da ciência. Até que ponto a tecnologia deve ser usada para melhorar a condição humana?

O engenheiro de software americano Zac Vawter, de 31 anos, perdeu uma das pernas num acidente de moto em 2009. Primeiro homem a ter uma prótese biônica controlada pelo cérebro, ele realizou um feito e tanto na semana passada, quando subiu os 103 andares de um dos maiores arranha-céus do mundo, o Willis Tower, antiga Sears Tower, em Chicago.

A primeira vista, a conquista de Vawter não é o tipo de notícia que traz consigo alguma preocupação, muito pelo contrário: um amputado conseguiu superar seus limites graças ao avanço da tecnologia. Mas basta alterar um pouco o cenário para ver que esse tipo de acontecimento vai levar a sociedade a um debate com implicações sociais e éticas gigantescas: imagine que a prótese Vawter evolua a ponto de torná-lo tão competitivo quanto um atleta olímpico, e mais que isso, que um homem com prótese biônica conquiste uma medalha numa Olímpiada tradicional.

Em Londres 2012, o mundo pôde acompanhar uma prévia desse cenário, quando o sul-africano Oscar Pistorius (foto) se tornou o primeiro amputado das duas pernas a participar da corrida de 400 metros de uma Olimpíada. Ainda que alguns especialistas defendam que as próteses de fibra de carbono lhe deem uma vantagem em relação aos demais competidores, a discussão não ganhou ares de momento histórico porque o desempenho de Pistorius foi apenas razoável: acabou em último numa das baterias das semifinais.

Enquanto as modificações médicas resultarem apenas a um retorno à qualidade de vida inicial, é seguro imaginar que o debate continuará a ser marginal. Mas ele tende a se alterar profundamente assim que uma modificação acabe melhorando e superando a condição inicial. Há um grupo cada vez maior de cientistas e intelectuais, os chamados transumanistas, que defendem exatamente isso: o uso da tecnologia e da ciência para superar os limites do corpo humano, independentemente de ele ter ou não uma deficiência.

Pense em um olho biônico. Você trocaria seu olho saudável por um implante biônico que lhe dê funcionalidades extras, como enxergar raios ultravioletas e melhorar a visão noturna? O transumanismo advoga a favor dessas mudanças. Em seu extremo, a meta de quem defende essa filosofia é conquistar a imortalidade. Como diz o prórpio nome, a ideia é transcender os limites humanos.

O desafio ético e suas ameaças

Um dos principais proponentes do transumanismo é o filósofo Nick Bostrom (foto), da Universidade de Oxford, criador da Associação Transumanista Mundial, fundada em 1998. Ele tem focado muito do seu trabalho na discussão ética do uso da ciência para melhorar a condição humana. “Nós estamos finalmente entrando na fase construtiva quando perguntamos não se um melhoramento biomédico é um bem geral – sim ou não –, mas questões tais como: Quais melhoramentos em particular vale a pena perseguir? Como superar as muitas dificuldades técnicas? Quais tipos de mudanças sociais e regulatórias podem ser necessárias?”, disse ele em uma entrevista à revista Filosofia.

Outros veem a chegada da era trasumanista com preocupação. O filósofo Francis Fu¬kuyama, da Universidade Johns Hopkins, diz que é “das ideias mais perigosas do mundo”. A ideia de igualdade de direitos, argumenta, está sus¬tentada na crença de que todos possuímos uma essência humana que se manifesta de diferentes formas. “Se começarmos a nos transformar em algo superior, que direitos essas criaturas melhoradas vão reivindicar, e que direitos elas terão quando comparadas com aqueles que ficaram para trás?”, escreveu, na revista Foreign Policy. “Essas questões são preocupantes dentro das sociedades ricas e desenvolvidas. Adicione as implicações para os cidadãos dos países mais pobres – para quem as maravilhas da biotecnologia provavelmente vão estar fora de alcance – e a ameaça à idéia de igualdade se torna ainda mais ameaçadora.”

Há cada vez mais ciborgues – parte cibernéticos, parte orgânicos –, como eles próprios gostam de se chamar, andando por aí. Conheça quatro famosos ciborgues da nossa era:

Rob Spence perdeu o olho direito após um acidente com uma arma, aos 13 anos. Inicialmente, ele usou uma protése, até que, em 2008, decidiu colocar uma espécie de olho-câmera: uma protése equipada com um transmissor wireless que manda as imagens capturadas em tempo real para uma tela remotamente. Cineasta, ele rodou o mundo atrás dos últimos avanços da tecnologia e fez um documentário sobre os ciborgues atuais. Mais sobre ele em seu site, http://eyeborgproject.com/

Kevin Warwick se intitula o primeiro ciborgue do mundo. Cientista e professor de cibernética da Universidade de Reading, na Inglaterra, Warwick faz experimentos com o próprio corpo. Num deles colocou um microchip conectando o corpo a um computador. Com isso, conseguiu ligar a luz ou abrir as portas da própria casa apenas com a sua presença. Ele também trabalha num projeto de mão biônica e de cérebro artificial. Mais informações em http://www.kevinwarwick.com/

Jerry Jalava, um programador finlandês, perdeu parte do dedo indicador da mão esquerda num acidente de moto. Ele decidiu construir sua próprioa prótese: e aí surgiu a ideia de um dedo pen drive. A protéste tem 2GB de capacidade de armazenamento. A história foi divulgada mais tarde, quando o próprio Jerry enviou fotos de seu dedo cibernético a um site de design

Jesse Sullivan foi o primeiro homem a utilizar protéses biônicas para os braços, controladas pelo cérebro. Ele mexe os dois braços robôs apenas com a força do pensamento. A tecnologia foi desenvolvida pelo mesmo time responsável pela prótese de Zac Vawter (citado na abertura da reportagem acima), o primeiro a receber uma perna biônica

Fonte: Gazeta do Povo

Leia também:

Ele conseguiu!
“Reinervação muscular dirigida” – será este o futuro que a tecnologia biônica reserva para milhões de amputados em todo o mundo?
Tecnologias que farão de nós ciborgues na próxima década

Passo Firme – 14.11.2012
Curta e compartilhe a página do Passo Firme no Facebook!

Enquanto o mundo celebra as extraordinárias conquistas dos atletas paralímpicos nos Jogos de Londres, pessoas com deficiências em todo o mundo enfrentam desafios cada vez mais sérios na luta por espaço no mercado de trabalho. As limitações físicas, aliadas ao preconceito e ignorância, ficam ainda mais difíceis de superar em tempos de recessão econômica.

Muitos acreditam que a tecnologia – que auxiliou tantos atletas durante as Paralimpíadas – tem um papel importante em permitir que o portador de necessidades especiais se destaque também fora do Parque Olímpico, realizando seu potencial nas mais diversas profissões. A BBC ouviu alguns dos profissionais que trabalham para isso.

REVOLUÇÃO BIÔNICA – Um dos líderes na batalha para que a tecnologia abra os caminhos do mundo aos portadores de deficiências é o americano Hugh Herr (foto), professor do Media Lab do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos. Ele acredita que os avanços da tecnologia biônica podem liberar o potencial de uma força de trabalho que, até agora, vinha sendo subutilizada. “Eu prevejo uma revolução de biônicos”, diz Herr. “Estamos entrando em uma era biônica, onde começamos a ver tecnologia que é sofisticada o suficiente para imitar funções fisiológicas importantes”, acrescenta.

Como diretor da companhia iWalk – que fabrica próteses robóticas que imitam as funções de membros do corpo humano – Herr trabalha com biônicos diariamente. Além disso, o professor personifica a revolução que prevê. Durante uma mal sucedida expedição de alpinismo em 1982, Herr sofreu ulcerações tão graves provocadas pelo frio que suas pernas tiveram de ser amputadas abaixo dos joelhos. Hoje, graças aos produtos que ele próprio desenvolveu, Herr continua a praticar alpinismo.

As próteses biônicas que produz são tão avançadas que não apenas imitam as funções de uma perna humana normal – elas são, em vários aspectos, superiores. E estão disponíveis comercialmente em outros 50 centros espalhados pelos Estados Unidos. Um cliente da iWalk, um trabalhador de uma fábrica em Ohio, conseguiu voltar ao trabalho apenas duas semanas após ter suas novas pernas ajustadas.

“Podemos colocar as pessoas de volta no trabalho, o que é (uma conquista) imensa. Só isso custaria ao Estado milhões de dólares”, explica Herr. Na opinião dele, quando uma pessoa manca, há efeitos colaterais, como dor nas costas e nas juntas. E eles tendem a aumentar com o passar dos anos. “Tivemos pacientes cuja dor foi cortada pela metade, ou em 75%, o que é bastante.”

COMBATENDO O ESTIGMA – Para alguns, no entanto, não se trata de retornar ao antigo emprego e, sim, de conseguir um trabalho. Barbara Otto (foto) é diretora da ONG Think Beyond the Label (Pense além do rótulo, em tradução livre), que tenta auxiliar empresas a contratar pessoas com necessidades especiais. “Estamos entrando em uma era biônica, onde começamos a ver tecnologia que é sofisticada o suficiente para imitar funções fisiológicas importantes”, avalia.

A ONG criou um portal digital que funciona como uma rede social, permitindo que empregadores e força de trabalho façam contato e organiza feiras online onde empresas e candidatos a empregos podem se encontrar. “A grande vantagem dessas feiras profissionais online é que não há necessidade de que as empresas viajem, e não há a necessidade de que as pessoas com deficiências viajem para um determinado local. Isso acaba com quaisquer inibições que um empregador possa ter, ou que uma pessoa portadora de deficiência possa ter, ao entrar em contato.”, explica.

Bárbara acredita que empresas têm muito a ganhar ao empregar pessoas com necessidades especiais. “Sempre digo, se você quiser contratar alguém que pense diferente, empregue uma pessoa com alguma deficiência. Quando buscamos inovações em design, tecnologia ou em usos de softwares, pessoas com deficiências são sempre capazes de oferecer essa inovação que faltava porque precisam inovar na sua vida diária”, afirma.

CRÍTICAS – Outra importante frente de batalha na luta para colocar pessoas com deficiências no mercado profissional é garantir a eles o acesso ao local de trabalho. “A tecnologia terá um papel central nesse processo”, disse Alan Roulstone, professor de inclusão da Northumbria University, no norte da Inglaterra. Ele acredita que a grande estrela nesse palco são as tecnologias de navegação adaptadass para uso em prédios de escritórios.

“Tendo em vista a maneira como a telefonia e as tecnologias de GPS estão se desenvolvendo, acho que é apenas uma questão de tempo para que você tenha apps para celulares que permitam que pessoas com deficiências visuais, declínio cognitivo ou dislexia naveguem pelo ambiente.”

Alguns observam com cautela a emergência de tecnologias capazes de nos levar além das fronteiras da natureza – particularmente no caso dos biônicos, que podem ser usados para aumentar as capacidades do corpo humano.

No entanto, essas questões não preocupam Hugh Herr, do MIT Media Lab. “Existe tanta dor e sofrimento no mundo hoje por causa de corpos que não funcionam muito bem. A narrativa dominante é construir uma sociedade onde essa dor e sofrimento sejam reduzidos. As pessoas, em geral, não acham que isso não seja ético, mas eu não consigo ver um problema em irmos além do que a natureza pretendia. Nós já fazemos isso, com celulares, bicicletas, carros e aviões.”

Fonte: BBC Brasil

Leia também:

Mais um biamputado escala montanhas com próteses especiais
Pé biônico simula movimentos humanos de maneira realista
‘olho biônico’ devolve a visão a pacientes cegos na inglaterra
Tecnologias que farão de nós ciborgues na próxima década

Passo Firme – 14.09.2012
Vote no Blog Passo Firme para o TopBlog 2012!

O britânico Matthew Newbury (foto), 30 anos, perdeu uma de suas pernas em um acidente de moto em 1997, mas não sente problemas ou dificuldades em subir escadas, praticar esportes, e até esquiar. Ele é o primeiro de seu país a contar com a perna biônica Genium, que está transformando a sua vida.

Newbury, que perdeu a perna esquerda acima do joelho, utilizou diversas próteses ao longo dos anos, mas nenhuma delas permitiu-lhe uma liberdade tão grande quanto a Genium, que custam 50 mil libras (R$140 mil). “A diferença é muito grande”, disse Newbury ao jornal inglês Daily Mail.

“Com minha perna antiga, eu estaria andando de forma cautelosa na maior parte do tempo, evitando tropeçar. Agora, eu posso andar com maior confiança e de forma mais natural. E a melhor parte é que eu não fico cansado o tempo todo. Tenho minha vida de volta: posso sair para beber com os amigos, ou jantar até tarde sem me sentir exausto”, completa.

Newbury está muito feliz com sua nova perna biônica, tanto que chega a afirmar que ela funciona melhor do que a perna direita, que sofreu sérios danos no acidente. Newbury tinha 15 anos de idade quando a moto onde ele estava como passageiro foi atingida por trás por um veículo. Ele passou mais de 18 meses em um hospital se recuperando. Em 2004, foi indenizado em 2.1 milhões libras pelo acidente e, recentemente, resolveu investir na aquisição da perna biônica.

A PRÓTESE – O Genium é de fabricação alemã, da empresa Otto Bock Healtcare, e combina sensores de movimento e velocidade com um sistema de computação avançada. A perna pode detectar pequenas mudanças no movimento e na direção, o que a torna mais eficiente que as demais próteses disponíveis no mercado, principalmente na mudança da rigidez do joelho, oferecendo ao usuário mais estabilidade.

Fonte: TechTudo (Via Daily Mail) / Fotos: Jenny Goodall

Leia também:

Chega ao Brasil perna biônica da Otto Bock

Passo Firme – 12.11.2011
Vote no Blog Passo Firme na segunda fase do TopBlog 2011! Ele está entre os 100 mais votados!

O mundo conhece as próteses robóticas há muito tempo, mas até então elas funcionavam ligadas aos nervos e músculos mais próximos da pessoa. A novidade é que cientistas da Universidade de Pittsburgh conseguiram ligar uma mão biônica diretamente ao cérebro, o que significa um enorme passo para a ciência.

Acredita-se que este foi o maior avanço da área nas últimas duas décadas. Quem saiu ganhando mais ainda com a inovação foi Tim Hemmes, o homem que testou a primeira mão especial e conseguiu, com o poder da mente, tocar a mão da namorada, Katie Schaffer.

Hemmes está tetraplégico há 7 anos – ele perdeu os movimentos do corpo em um acidente de moto. Com a ajuda dos cientistas, Hemmes treinou 6 horas por dia, 6 dias por semana por praticamente um mês para conseguir mexer a mão com a sua mente.

Apesar de usar uma tecnologia complexa, o aparelho funciona de forma simples: um pequeno dispositivo eletrônico chamado ECoG é implantado cirurgicamente no cérebro sem chegar a penetrá-lo. O ECoG captura os impulsos do cérebro e os envia para o computador como se fosse um código secreto ou uma nova língua. Em seguida, o computador usa algoritmos para interpretar os sinais e movimenta o braço robô baseado nas intenções da pessoa.

Agora a tecnologia pode chegar a todos os pacientes vítimas de paralisia ou amputações e até mesmo àqueles que só perderam parte do movimento do membro. “Acho que o potencial aqui é incrível“, afirmou o Dr. Michael Boninger, diretor do Instituto de Reabilitação que trabalhou no projeto.

Fonte: Superinteressante

Matérias relacionadas:

Tecnologia: paralisados poderão se movimentar pela “força do pensamento”
Inédito: cientistas fazem dedo decepado crescer de novo!

Passo Firme – 19.10.2011
Vote no Blog Passo Firme para o TopBlog 2011

Lázaro Britto

Conforme o antecipado pelo Blog Passo Firme no final de julho (veja a matéria), a Otto Bock – líder mundial no desenvolvimento e comercialização de órteses e próteses ortopédicas – acaba de lançar no mercado brasileiro a Genium – a primeira prótese de perna para amputados transfemurais com tecnologia biônica. A proposta é oferecer ao usuário o que há de mais próximo do movimento humano natural atualmente disponível. Com a chegada da Genium, a computadorizada C-Leg – que durante muitos anos reinou absoluta como o principal produto da companhia – deixa de ser a perna mecânica mais moderna do mundo.

O novo joelho (foto) foi oficialmente apresentado esta semana no II Congresso Latino-Americano e VII Congresso Brasileiro de Ortopedia Técnica, que a Abotec vai promove até este sábado, dia 1º, em Natal, capital do Rio Grande do Norte. No vídeo acima, produzido pelo site Amputados Vencedores, o brasileiro Ezequiel Costa – o primeiro felizardo do país a utilizar a prótese -, demonstra as principais funcionalidades do equipamento. O joelho Genium ajuda o usuário a fazer movimentos rápidos e complexos, como mudar de velocidade, por exemplo, passar com facilidade sobre obstáculos, e até andar para trás e subir escada alternadamente, funções não permitidas pelos demais joelhos, incluindo o C-Leg.

Mesmo com o ‘lançamento’ do Genium no congresso da Abotec em Natal, a prótese continuará em testes avançados, devendo estar disponível comercialmente somente a partir do próximo ano.

Veja abaixo a reportagem produzida pela emissora filiada à Globo no RN:

Matérias relacionadas:

Chega ao mercado perna biônica com inteligência artificial

Otto Bock se prepara para lançar no Brasil sua primeira prótese com tecnologia biônica
Nova geração da C-Leg promete mais equilíbrio e independência ao usuário

Passo Firme – 1º.10.2011
Vote no Blog Passo Firme para o Top Blog 2011

Ideal para pessoas que se preocupam com estética, os modelos imitam imperfeições realistas como sardas, pelos e até tatuagem.

Durante a Assembleia Nacional da Associação Americana de Ortopedistas e Protéticos (AOPA), em Las Vegas, a empresa escocesa Touch Bionics apresentou vários modelos de próteses inseridos no conceito ‘Living Skin’, ou pele viva. São peças que imitam as características dos usuários, como tom de pele, sardas e pelos.

A companhia, especializada em próteses de membros superiores, desenvolveu tecnologias que possibilitam uma combinação precisa com as especificidades dos receptores dos dispositivos. As próteses são fabricadas com um silicone de alta definição, que propicia efeito semelhante às 3 camadas da derme humana e são pintadas à mão. Um serviço individualizado.

Entre os produtos desenvolvidos estão: o DermaHair, para adicionar cabelos naturais; o Season Guard, para autobronzeamento e o Distance Color Matching, que permite fazer a correspondência de tons de pele à distância, para quem não pode ir  a um Centro da Touch Bionics. Os dados são enviados pela Internet e fabricados de acordo com a combinação encontrada.

O principal modelo mostrado na conferência foi a i-Limb Pulse (ou Ultra), uma versão melhorada da i-Limb Hand, mão biônica altamente versátil e a única que possibilita aumento gradual da força, podendo atingir 90 kg de pressão. Dessa forma, as funções principais, como puxar, apoiar, agarrar e empurrar foram incrementadas e podem ser melhor usufruídas pelos usuários.

O CEO da Touch Bionics, Ian Stevens, disse acreditar no reconhecimento, por parte dos ortopedistas e protéticos, dos benefícios dos novos produtos aos pacientes. Há mais de 10 anos, a Touch Bionics investe em restaurações estéticas que buscam tornar as próteses mais funcionais e naturais, o que possibilita uma melhor interação do usuário com o ambiente e com outros indivíduos.

Fonte: Tech Tudo (Via MailOnline)

Matérias relacionadas:

Mão biônica da Touch Bionics já disponível na versão 2.0

Garoto britânico ganha mão biônica de equipe da Fórmula 1

Você viu? As tecnologias de uma mão biônica

Garoto britânico ganha mão biônica de equipe da Fórmula 1

Mão biônica controlada pelo cérebro funciona bem após um ano

Tecnologias que farão de nós ciborgues na próxima década

Chega ao mercado perna biônica com inteligência artificial

Paciente opta por amputação da mão para colocar uma biônica

 

Passo Firme – 30.09.2011
Vote no Blog Passo Firme para o Top Blog 2011

O modelo foi apresentado ao mundo no início do mês passado, através da história de Matthew James (foto), um garoto fã de Fórmula 1 que teve seu pedido por uma mão biônica atendido depois de enviar uma carta para o chefe da equipe Mercedes GP Petronas, Ross Brawn.

Lázaro Britto

Certamente todos ainda lembram-se da comovente história Matthew James (veja a matéria), aquele garoto britânico de 14 anos que em julho deste ano ganhou uma mão biônica da montadora Mercedes. O revolucionário equipamento, produzido e customizado para Matthew pela empresa escocesa Touch Bionics, já está disponível no mercado mundial em sua versão 2.0.

O modelo melhorado da prótese fabricada pela Touch Bionics foi recém lançado com o nome de i-Limb Ultra. Na prática, permanecem os movimentos individuais dos dedos e a rotação do polegar e do punho, mas agora há uma possibilidade de o paciente implantado escolher a força de aperto, para que ela seja proporcional a cada caso específico, como, por exemplo, a usada para pegar um copo ou segurar um saco de lixo.

Outro diferencial é a possibilidade de sustentar um peso de até 90Kg sem danos ao aparelho, além da emissão sonora que alerta quando o nível de bateria cai. A estrutura de alumínio aumenta a durabilidade da mão e, no quesito estético, o implantado pode escolher entre as cores preto e neutro.

TESTE DRIVE – para o amputado de mão que quiser fazer um “teste drive” na i-Limb, a Touch Bionics criou o Virtu-Limb (foto), um produto que permite que a pessoa teste a mão artificial como se estivesse realmente usando. O Virtu Limb consiste em uma cúpula amarela que atua como uma espécie de estação de acoplamento para as próteses da empresa. Ao ser conectado em volta do braço através de uma correia, o equipamento detecta os sinais mioelétricos, que são normalmente utilizados pelos eletrodos na base da prótese.

Daí é só curtir o brinquedinho! Ele pode ser usado para mover uma mão protética real diretamente conectada ao dispositivo. Para quem é amputado de braço, um simulado na tela de um computador conectado via Bluetooth demonstra as manobras realizadas. De acordo com o fabricante, o Virtu-Limb será utilizado para medir os sinais dos pacientes mioelétricos, treinamento do paciente e, claro, para demonstrar a grandiosidade da i-Limb para pacientes.

O dispositivo foi apresentado juntamente com o novo i-Limb Ultra no Orthotic Americano e Associação Prosthetic Assembleia Nacional (AOPA), realizado em Las Vegas este mês, e certamente não estará presente no Congresso Brasileiro de Ortopedia Técnica que acontece em Natal (RN) até o próximo dia 1º de outubro.

Com informações de Med Gadget e Tecnologia In Vitro.

Passo Firme – 28.09.2011
Vote no Blog Passo Firme para o Top Blog 2011

O modelo de última geração funciona a partir de movimentos dos músculos do braço. Sensores na pele enviam sinal para um computador que fica dentro da mão, que interpreta o tipo de movimento desejado.

Uma nova geração de mãos biônicas está transformando a vida dos pacientes. Matthew nasceu sem a mão esquerda. Mas hoje, aos 14 anos, pode fazer quase tudo que um adolescente faz, como jogar vídeo game, por exemplo. Tudo graças a uma prótese de última geração.

“As tarefas do dia a dia ficaram muito mais fáceis”, ele conta. A mão biônica que ele usa com habilidade é a mais moderna do mundo. E foi conseguida depois que Matthew, um fã das corridas de Fórmula 1, escreveu para o chefe da equipe Mercedes.

A escuderia fez um acordo com o fabricante e ainda ajudou a família de Matthew a levantar o dinheiro que faltava para comprar a prótese. Os pais, claro, estão muito felizes e torcem para que o filho, agora, consiga fazer as tarefas que qualquer adolescente faz em casa.

Esta tecnologia está mudando a vida de pacientes também no Brasil. O modelo de última geração funciona a partir de movimentos dos músculos do braço.

Sensores são colocados na pele, um de cada lado. Ao contrair o músculo, o sensor envia um sinal para um pequeno computador que fica dentro da mão, que interpreta o tipo de movimento que o paciente quer fazer. Assim, ele pode controlar os cinco motores que movem os dedos e executar a ação desejada.

“Se ele mantiver a prótese aberta por mais de três segundos, automaticamente ela vai entrar na posição de indicador para poder teclar”, explica o protesista Jairo Blumenthal.

Assim, a mão biônica permite discar um número no telefone, pegar uma chave ou um objeto delicado como um cartão. Ela é programada para executar quatro movimentos diferentes, que podem ser escolhidos de acordo com o que for mais útil.

É a primeira prótese que permite mudar a posição do polegar e controlar a força com que o paciente pega um objeto como uma bolinha, por exemplo. É possível segurar, apertar com força e soltar lentamente.

Uma habilidade tão simples, mas que usamos a todo momento, como no aperto de mãos. “Eu estou treinado para isso e aprendi rápido. Pode me cumprimentar!”, diz Jordão Moreira Pereira

Jordão, que perdeu a mão em um acidente de trabalho, usa a prótese há dois meses. A mão biônica foi paga pela empresa onde ele é empregado. Para aprender a comandar os movimentos, o paciente passa por um treinamento.

Ele já consegue servir um copo d’água e tomar o chimarrão. “Posso segurar o guarda-chuva e levar uma bolsa na outra mão, tranquilo, isso aí eu já faço no dia a dia”, conta ele.

O futuro da mão biônica promete. Cientistas americanos estão desenvolvendo uma tecnologia que pode revolucionar o modo como as próteses se conectam com o corpo humano. O que os cientistas querem é que as novas mãos biônicas se movimentem também a partir dos impulsos nervosos do cérebro. Elas vão ser captadas por sensores que vão transmitir os comandos do cérebro através de fibras óticas até as próteses. Com isso, as mãos biônicas do futuro vão poder ter movimentos mais complexos e quem sabe até transmitir sensações como calor e frio.

Até lá, pacientes como Mattews, na Inglaterra, e Jordão, no Brasil, podem ir aproveitando tudo o que a ciência já conseguiu avançar. “Muito importante. Foi um aprendizado e ainda estou aprendendo bastante”, diz Jordão.

Fonte: Fantástico de 28.08.2011

Não deixe de ler:

Garoto britânico ganha mão biônica de equipe da Fórmula 1

Mão biônica controlada pelo cérebro funciona bem após um ano
Tecnologias que farão de nós ciborgues na próxima década
Chega ao mercado perna biônica com inteligência artificial
Paciente opta por amputação da mão para colocar uma biônica

Passo Firme – 06.09.2011
Vote no Blog Passo Firme para o Top Blog 2011